quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A obra da minha vida
Por Tatiana Sant’Anna e Thamires Folly

A casa de Beatriz Santos só foi concluída por causa da perserança típica das pessoas religiosas. Não é à toa que ela se define como uma pessoa "esforçada", que não desiste muito fácil. Sua frase preferida também é bastante reveladora de sua personalidade: "Enquanto houver vida, lute pelos seus ideais e não desista."

Nome Beatriz Ribeiro do Nascimento Santos >> Idade 21 anos

Rua Maranhão >> Ocupação Dona de casa

O que você mais gosta de fazer?
Cozinhar.

O que você não gosta de fazer?
Não gosto de estar desempregada.

Como você se diverte aos domingos?
Vou à igreja.




O que tem de bom na sua rua?
Asfalto.

O que não tem de bom na sua rua?
União da vizinhança.

O que você espera do projeto "Minha rua tem história"?
Espero que ajude as pessoas, tanto jovens quanto adultos, a ter uma oportunidade melhor de vida.

Você acha que vai ganhar o prêmio?
Sim.

O que vai fazer com o prêmio se ganhar?
Vou usá-lo muito.

Quem sou eu?
Inteligente, esforçada, não desisto muito fácil do que eu quero.

Uma frase
Enquanto houver vida, lute pelos seus ideais e não desista.

Minha rua tem história por quê...

Primeiramente gostaria de dizer que a minha obra começou do zero. Tivemos que cavar barrancos e mais barrancos para depois chegarmos até a fundação. Até brotos e bambuzais nós arrancamos, o que, além de ser um grande desafio, encheu as nossas mãos de bolhas e calos. Fique com o corpo dolorido depois dessa função.

Eu tive que carregar cimento do Cacuia até a minha obra, empurando um carrinho de mão morro acima debaixo de um sol de quase 40° graus.

Também tivemos muitas dificuldades financeiras para comprar os materiais de construção e pagar a mão-de-obra. Precisamos fazer muita pesquisa de mercado e pechinchar nas lojas de material para retomar a construção. A fundação havia dilapidado todas as nossas economias.

Quando entramos na parte da alvenaria, nós demos entrada nos papéis para o casamento casarmos já que a obra estava bem adiantada. Mas quando chegou na parte do embolso, as coisas complicaram, porque o pedreiro começou a enrolar e faltava dois meses para o meu casamento.

Eu enchia a cabeça do meu futuro esposo e ele já não agüentava mais me ouvir reclamando. Tivemos que meter a mão na massa. Ele saía para trabalhar e quando eu estava de folga, ele me dizia as medidas do material. Eu media, peneirava e deixava tudo no esquema para que, quando ele chegasse, fosse só começar a emboçar. Era a primeira vez que ele emboçava uma parede.

Terminamos o que deu para fazer e nos casamos. Fomos terminando o que ficou faltando aos poucos. Depois de uns meses, começaram a surgir os problemas. Meu telhado começou a dar goteira e, mesmo sem saber como consertar, meu esposo teve que retirar parte dele. Melhorou bastante.

Quando fomos colocar o piso, tive que me apertar em um quarto, uma vez que o resto da casa estava em obra. Essa parte foi a mais cara da casa. Culpa do pedreiro, que o deixou totalmente fora do nível e toda desalinhada. Seus erros chegaram a um ponto tal que apareceu uma rachadura nas paredes. Pensei até que a casa iria desabar.

Depois tivemos de mudar o telhado, pois quando chovia forte dava muita infiltração nas telhas (finas). Além de gastarmos uma nota com as telhas e o pedreiro, passamos uma semana dormindo no tempo.

O pior foi quando o tempo mudou. Ficamos com medo da chuva, pois nossos móveis novos estavam dentro de casa, alguns deles pendurados na parede. Mas graças a Deus o tempo firmou e a obra terminou.

Arrumamos tudo por dentro: pintamos e limpamos. Hoje posso dormir sem ser incomodada por goteiras. Graças a Deus, ainda faltam algumas coisas para terminar, porque nunca acaba e sempre aparece algo diferente para fazer.

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