sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Condução superlotada cansa

Suely da Silva Carvalho tem 20 anos, solteira e trabalha desde os 16 anos, mas está desempregada desde que cansou do ônibus que a levava até o McDonald’s da Praça Mauá, no Centro do Rio de Janeiro. “Saí de lá porque era muito distante, ficava a maior parte do tempo dentro da condução, sempre superlotada”, afirma com ar de resignação. Suely mora na Cacuia , estuda no Mangueiral e quando pode freqüenta a Assembléia de Deus.Tem duas irmãs e um irmã.

Suely mora em um terreno cheio de árvores. “Aprendi desde cedo a gostar de plantas, minha casa parece um pomar. Tem mangueira, abacateiro, bananeira, e um pé de goiaba., dá pra não morrer de fome, e até ganhar um dinheirinho. Tem também a folha de aroeira, planta curativa, para inflamações diversas, e a folha de boldo para estomago, fígado, ou como dizia meu pai é muito bom prá barriga”.

Suely é muito extrovertida, de talento teatral, sente-se à vontade com o pequeno público.Ela representa árvores em várias situações. Mas gosta mesmo é de contar histórias.


Histórias de Suely

Saudades de minha árvore

Na minha casa tinha uma árvore muito velha, quase centenária. Ela dava lindas flores vermelhas, que enfeitavam nossa casa. Mas não era só beleza. Ela também dava muita sombra. Era nosso cantinho para conversar. Também era ali que descansávamos nos dias de forte calor, dormindo sob sua sombra. Era nosso ar condicionado. As pessoas que passavam admiravam nossas árvores.

Mas houve uma madrugada em que essa árvore deu um grande susto na nossa família, desabando sobre a casa. Acordamos assustados e fomos devagarzinho ver o que havia acontecido. Parecia que tinham jogado uma bomba.

A árvore caiu bem em cima do telhado, quebrando muitas telhas e afetando a estrutura da casa, que felizmente não desabou. Embora fosse de madrugada, chamamos várias pessoas para nos ajudar. No final, deu tudo certo. Depois de muito trabalho, conseguimos consertar o telhado e retirar a árvore centenária.

Até hoje sentimos falta de sua sombra. Ficaram a goiabeira, o abacateiro, mas não é a mesma coisa. Ficou para nós uma lição que serve para todos: Devemos preservar tudo o que está em nosso redor. É obra da natureza, obra da perfeição.”


O chifre do crescimento

“Minha mãe gostava de animais e resolveu comprar um bode em uma feira. Como contrapeso veio junto uma cabrita. O bode era terrível, destruía tudo que via pela frente. Um dia chegou a derrubar minha mãe com uma chifrada. Ele implicava com a nossa árvore de estimação. Deu tantas chifradas nela que aquele pequeno arbusto se transformou em uma grande árvore. Hoje ela não dá nenhum fruto, mas tem uma sombra deliciosa.

Em outra árvore, o resultado foi inverso. A árvore foi minguando até morrer.

Paixão de bode
Depois que vendemos a cabrito que veio de contrapeso, o bode, que início era agressivo, começou a definhar. Vivia pelos cantos, muito triste. Chorava a noite toda. Ninguém conseguia dormir com aquele choro. Ele comia pouco, parecia doente. De fato ele parecia seguir o velho ditado: tinha amarrado um bode.Para piorar a situação, roubaram os dois filhotes da cabrita.

Com medo de que ele viesse a morrer, procuramos onde estava sendo criada a cabritinha. A antiga energia do bode voltou depois que reencontrou sua grande paixão. Ele continua dando chifrada em tudo que vê pela frente. Outro dia, ouvi falar que raspa de chifre de bode dá muita energia.”

2 comentários:

léo disse...

turma(A)vamos mostrar que nós somos os melhores!!!

léo disse...

vixe!!!
esse bodi tem história !!!